Apresentação


História

          Eiras é uma freguesia do Concelho de Coimbra, integrada na zona urbana desta cidade, com cerca de nove quilómetros quadrados de área e tem aproximadamente 13.000 habitantes. Tem com orago S. Tiago e está situada na parte norte da Cidade, desde a Ribeira de Coselhas a sul, até aos limites das Freguesias de Brasfemes, Santa Cruz e S. Paulo de Frades. É atravessada de nascente para poente, pela Ribeira de Eiras, principal curso de água da freguesia. Actualmente a freguesia é constituída por dezenas de lugares. Uns que remontam aos primórdios da localidade, e outros que se foram formando ao longo dos tempos, dos quais destacamos: Eiras, Casais de Eiras, Redonda, Murtal, Cordovão, Vilarinho de Baixo, Planalto do Ingote, Monte Formoso, Arco Pintado, Padrão, Loreto (incluído a estação de Coimbra B), Casal Ferrão, Relvinha, Bairro do Brinca, Bairro de S Miguel, Ponte de Eiras, Ribeira de Eiras, Quinta de Santa Apolónia e Gorgulão.

As primeiras notícias de Eiras, remontam ao tempo dos romanos, 641 a 643, cuja presença era patente nalguns marcos quilométricos existentes na antiga estrada romana que, passando por Eiras, ligava Coimbra a Santiago de Compostela. O primeiro foral foi atribuído por D. Afonso Henriques, no princípio do segundo terço do século XII, quando da criação da paróquia de Santa Cruz, que a dotou com a Herdade de Eiras. Posteriormente D. Dinis, em 1306, chamou novamente à coroa a localidade de Eiras, para mais tarde a trocar, pela terça parte da Vila de Aveiro, pertença do Convento de Celas.


       Eiras era uma povoação essencialmente agrícola, aproveitando para tanto os terrenos férteis das margens da Ribeira de Eiras para cultivo de produtos hortícolas, que eram transaccionados no mercado de Coimbra ou em feiras e mercados das regiões vizinhas, como Cantanhede, Mealhada, Mortágua, etc. Outras importantes culturas eram o milho, (nas milharadas) e a vinha e a oliveira (nas encostas e simultaneamente com outros cereais como sejam o trigo, cevada e aveia). Para atender à produção de azeite que na região se desenvolvia, chegaram a laborar simultaneamente em Eiras, quatro lagares.



        Da sua história fazem parte também os anos em que esteve na dependência do Mosteiro de Celas, proprietário de imensos bens nos arredores de Coimbra e noutros concelhos vizinhos. Os monges de Celas, chegaram mesmo a construir em Eiras um celeiro (do qual ainda restam vestígios), para guarda dos cereais que recebiam das terras que tinham arrendadas.

No século XVI, deveria ser já uma povoação importante, pois a pedido real, foi solicitado que fossem coligidos os documentos e apontamentos necessários, afim de lhe ser passado foral. Por várias vicissitudes, tal nunca veio a acontecer. Sabe-se, isso sim, que pelas suas características de tranquilidade e de beleza natural, foi muitas vezes escolhida pela fidalguia, para descanso sazonal, com destaque para o Rei D. Dinis e sua Esposa, Rainha Isabel de Aragão, que ali passavam alguns períodos de descanso das suas tarefas, no local, ainda designado por Paço.
Ainda hoje, no núcleo central da Freguesia, verificando a traça de alguns edifícios, se podem encontrar testemunhos, da atractividade exercida junto da classe mais elevada da sociedade, que aqui construía as suas casas de repouso.

Devido a esse estatuto de lugar privilegiado, foi Vila e Sede de Concelho, entretanto extinto por decreto de 6/XI/1836, tendo na data sido integrada no concelho de Coimbra.



Artesanato

Cestaria

          A cestaria é a mais antiga forma de artesanato praticada pelo homem tendo sido antecedida apenas por uma manufactura de cordas obtida com o entrelaçar e torcer de elementos vegetais, a matéria-prima por excelência desta forma de artesanato.
A estes materiais estão, por regra, associadas regiões com uma rede hidrográfica abundante ou até mesmo zonas pantanosas.
         No caso de Eiras é exactamente a rede hidrográfica abundante, visível pelos numerosos furos de água, assinalados quer por noras quer por motores de regas, que proporciona a existência na freguesia desta ancestral arte.


Gastronomia

          Constituem autênticas delicias os pratos e sobremesas confeccionados ao longo dos tempos em Eiras e dos quais destacamos os seguintes:

  • Chanfana;
  • Caldo do Espírito Santo;
  • Pataniscas;
  • Broa de Milho;
  • Sardinha e Carapau de Escabeche;
  • Bolos de Massa Sovada;
  • Arroz Doce;
  • Leite Creme;
  • Bolo Conforto;
  • Bolo Melindre;
  • Bolo de Mel e Noz;
  • Filhoses, Etc.